Brasília, 23/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - O deputado José Mentor (PT-SP) lamentou a decisão do Conselho de Ética que, por oito votos a seis, rejeitou o parecer do deputado Edmar Moreira (PFL-MG) recomendando a absolvição no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
"Foi uma decisão política. Prevaleceram aqui, infelizmente, posições partidárias que colocaram acima do caso concreto a visão mais política do momento. Isso é lamentável, porque um julgamento dessa maneira comete injustiças", afirmou.
Segundo Mentor, no julgamento foram abandonadas as provas, as testemunhas e os documentos que ele apresentou comprovando não ter havido quebra de decoro parlamentar. Ele reiterou que os R$ 120 mil recebidos por meio de cheque das empresas de Marcos Valério foram para pagamento de serviços jurídicos prestados por seu escritório de advocacia a Rogério Tolentino.
Mentor disse que tudo foi feito legalmente. com recolhimento de impostos e emissão de notas fiscais. "Não tivemos qualquer relação com Marcos Valério. Apresentamos provas significativas ao Conselho de Ética, demonstrando que demonstram que realizamos um serviço e recebemos por isso".
O processo contra o deputado voltará a ser analisado pelo Conselho, com discussão e votação de novo parecer, a ser apresentado pelo relator Nelson Trad (PMDB-MS). Mesmo votando contra a absolvição de Mentor, Trad disse ter dúvidas sobre o processo e que nesse caso optava pela representação contra o acusado.
O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), disse ter escolhido, antes, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) para relator. Mas que Alencar recusou por ter sido do PT, mesmo partido de Mentor. "Não indiquei o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) porque ele se manifestou ardorosamente contra o parecer do relator Edmar Moreira".
Na próxima terça-feira (28) o Conselho de Ética voltará a se reunir para a apresentação do parecer do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) na representação que pede a cassação do mandato do deputado Josias Gomes (PT-BA).