Portos do estado se complementam, diz presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro

23/03/2006 - 14h54

Rio, 23/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Os portos sob a administração da Companhia Docas do Rio de Janeiro não competem entre si, mas se complementam, porque cada um tem uma vocação, afirmou em entrevista exclusiva o presidente da estatal, Antonio Carlos Soares. Ele citou como exemplo o fato de hoje (23) ter sido entregue o Porto de Niterói, que estava parado há mais de 20 anos.

A unidade será uma das principais bases de apoio logístico offshore (alto mar) do estado e do país, segundo Soares. "É um porto moderno, eficiente, que vai atender exatamente às necessidades das plataformas e ao crescimento das atividades nas Bacias de Campos (RJ) e de Santos (SP). Então, são portos complementares".

O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro lembrou, também, que graças a investimentos efetuados pelo setor privado o Porto de Sepetiba vai movimentar soja já a partir deste ano, além de cimento,com ampliação do volume de minérios, também voltados à exportação. Somente três empresas que operam nos terminais de Sepetiba (Valesul, Companhia Siderúrgica Nacional e Companhia Vale do Rio Doce) investem no local em torno de R$ 570 milhões, com essa finalidade.

"Nós estamos fazendo a utilização da capacidade plena de cada terminal, tirando a questão da especialização", observou Soares, acrescentando que "não se pode restringir a atividade a uma determinada carga, porque o mercado é competitivo". Ele citou em particular o mercado de veículos, que durante anos não eram embarcados no Porto do Rio de Janeiro. Hoje, a movimentação de automóveis alcança 167 mil unidades, o dobro do ano passado. Em relação a 2002, Soares revelou que o aumento no movimento de veículos atingiu 278%.

De acordo com o executivo, o complexo portuário do estado está se tornando um dos mais eficientes do país, com investimentos que darão as condições estruturais para alcançar, em 2009, a marca de 100 milhões de toneladas transportadas.

Em 2002, o setor portuário fluminense movimentou 22 milhões de toneladas e no ano passado foram 37 milhões de toneladas. Para este ano, a previsão é de chegar a 45 milhões de toneladas. Como comparação, Soares informou que o Porto de Santos movimenta 75 milhões de toneladas.

Ele destacou que a construção do Arco Rodoviário ligando o município de Itaboraí ao Porto do Rio de Janeiro, e a do Anel Ferroviário, que alimentará Santos e o Porto de Itaguaí, contribuirão para a expansão da carga movimentada e facilitarão o escoamento de produtos do interior.

Na opinião de Soares, não interessa aos portos brasileiros competirem entre si: "O importante é que o país tenha uma estrutura portuária eficiente, que não seja onerosa. Não importa que a carga saia por Santos, pelo Rio de Janeiro, por Sepetiba ou por Paranaguá. O importante é que saia rápido, de forma econômica e que a gente tenha o custo mais baixo de operação portuária".