Parcerias ajudam Segundo Tempo nos núcleos mais simples

23/03/2006 - 13h14

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A infra-estrutura dos núcleos do programa Segundo Tempo varia de acordo com a capacidade de cada instituição gestora. Nos núcleos coordenados pelo sistema S (Sesc, Senai, Sesi) e pelas Forças Armadas, os estudantes têm acesso a piscinas, quadras de esportes, salas de aula e serviços médicos e odontológicos.

Já outras instituições parceiras do Ministério dos Esportes, cuja única atividade é o Segundo Tempo, contam com uma estrutura mais simples. Nesses locais, as parcerias e a participação da comunidade fazem a diferença.

No Distrito Federal, por exemplo, a entidade Obras de Promoção e Assistência à Infância e Adolescência (Opai) administra oito núcleos que funcionam em delegacias da Polícia Civil, igrejas e na sede da própria organização no Recanto das Emas, cidade satélite do Distrito Federal.

O número de atividades esportivas oferecidas é menor e são realizadas em espaços improvisados. Segundo o presidente da Opai, Antônio Sérgio Cunha, o futebol, por exemplo, é realizado num campo de terra batida. O núcleo oferece ainda vôlei, capoeira, xadrez e damas. As refeições também são mais simples.

As parcerias e as doações são usadas pela entidade para reduzir os custos do projeto. Uma sala de informática, com 10 computadores, foi montada apenas com a doação de equipamentos.

Este ano, a Opai também começa a oferecer oficina de música, com instrumentos doados e professores voluntários. As cozinheiras e o pagamento do aluguel dos prédios onde funcionam duas das unidades são pagos por uma cooperativa habitacional.

Independente da estrutura, o programa provoca mudanças positivas nos estudantes atendidos, como melhor desempenho escolar e mudança no comportamento social. "A criança precisa apenas de alguém que dê a oportunidade para eles participarem de alguma coisa, mesmo singela, que é jogar uma bola, que é ter um lanche porque muitas pessoas vêm por causa do lanche", conta presidente da Opai.

Para ele, a iniciativa de pequenas organizações não governamentais também é importante porque são elas que conhecem de perto a realidade da comunidade atendida. "Usamos o espaço que nós temos, tentamos aprimorá-lo e a criança, com isso, procura melhorar o espaço em que ela vive", acredita Cunha, que ainda lamenta pela falta de espaços próprios para as atividades pedagógicas.

Amanhã (23), o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, e o presidente Lula anunciam, oficialmente, a abertura de 50 mil novas vagas para o Segundo Tempo no Rio de Janeiro. A ampliação do projeto é resultado de parceria com a organização Viva Rio.