Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), propôs, hoje, a repactuação pacto entre governistas e oposição para que matérias importantes que estão paradas no Congresso sejam apreciadas. Ele citou o projeto de lei que define novos critérios de reajuste do salário mínimo, parado na Câmara dos Deputados.
"O governo encaminhou um projeto para o salário mínimo, consensuado com todas as centrais sindicais, e o Congresso não vai votar. Esse tipo de comportamento representa um distanciamento crescente dos parlamentares com a vida concreta da sociedade", alertou o líder governista.
Mercadante afirmou que o Congresso tem se mantido permanentemente "prisioneiro da luta político eleitoral". Na opinião do senador, os congressistas têm substituído a função de legislar pela de investigadores, referindo-se aos trabalhos das comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
O líder do governo defendeu a necessidade de se esclarecer todas as dúvidas levantadas nas CPI's. Mas alertou para a necessidade de se "diminuir os prejulgamentos e açodamentos" nos trabalhos de investigação. Hoje praticamente toda a sessão da tarde do Senado foi discutida a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que depôs hoje na Polícia Federal.
Segundo o advogado de Francenildo, Wlício Chaveiro, seu cliente foi chamado na PF para prestar esclarecimentos sobre a violação do sigilo bancário de sua conta e sobre a investigação proposta pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que suspeita de lavagem de dinheiro.
Um extrato da conta que o caseiro Francenildo tem na Caixa Econômica Federal, divulgado pela imprensa, mostra que ele recebeu, desde o início do ano, R$ 38,860 mil. O caseiro trabalhava na mansão alugada em Brasília por Vladimir Poleto, que foi assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Ele diz ter visto o ministro na casa por "10 a 20 vezes".