Em depoimento na PF, caseiro fala sobre quebra de sigilo e investigação do Coaf

23/03/2006 - 14h47

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa na Polícia Federal terminou por volta das 14 horas. Segundo o advogado de Francenildo, Wlício Chaveiro, seu cliente foi chamado na PF para prestar esclarecimentos sobre a violação do sigilo bancário de sua conta e sobre a investigação proposta pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que suspeita de lavagem de dinheiro. O advogado afirmou que o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, responsável pelo caso, não tocou no nome do ministro da Fazenda Antonio Palocci durante o depoimento.

Um extrato da conta que o caseiro Francenildo tem na Caixa Econômica Federal, divulgado pela imprensa, mostra que ele recebeu, desde o início do ano, R$ 38,860 mil. Ele justificou a movimentação financeira dizendo que é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina, e que teria recebido o dinheiro dele. Soares confirma que fez os depósitos. Hoje, o caseiro reafirmou a versão à PF.

Após deixar a sede da PF, Francenildo disse que o presidente Lula "está escondendo" o ministro da Fazenda Antonio Palocci. "Se quebraram o meu sigilo bancário por que não quebram meu sigilo eleitoral? Votei no Lula. É ele que está escondendo o chefe[Palocci]", disse.

O caseiro trabalhava na mansão alugada em Brasília por Vladimir Poleto, que foi assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Ele diz ter visto o ministro na casa por "10 a 20 vezes". Segundo Chaveiro, Francenildo depôs na Polícia Federal na condição de investigado. Palocci nega ter estado na mansão.