Carga tributária, juros e crescimento foram temas de debate no Diálogo Brasil

23/03/2006 - 6h07

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, disse que a carga tributária do Brasil não vai se equiparar às dos outros países. "Devido à peculiaridade do mercado de dívida pública, especialmente, e do mercado de crédito, a política monetária do Brasil é menos contracionista que a de outros países", explicou no programa Diálogo Brasil exibido nesta quarta-feira (22).

Segundo ele, desde 2002 o Banco Central não usa os juros para atrair recursos estrangeiros. "Se fosse por isso a taxa de juros poderia estar mais baixa, porque o Brasil está até com uma certa abundância de dólares hoje", reforçou. Fiocca disse não ver obstáculo para o crescimento econômico do país nos próximos anos.

"O Brasil tem condições de crescer por cinco, dez anos, de maneira continuada". Para ele, o cenário econômico é muito melhor do que o da última década. "É possível equilibrar oferta e demanda para ter crescimento junto com inflação estável", destacou, no estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro.

No estúdio da TV Cultura, em São Paulo, o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), Emerson Kapaz, disse que "o futuro do Brasil só vai chegar se começarmos a construí-lo agora". Segundo ele, a taxa de juros no governo passado subiu efetivamente por causa de um problema cambial.

"Este governo teve uma vantagem extraordinária que é o mercado mundial estar em um céu de brigadeiro. O mundo inteiro está crescendo". Para ele, é sorte o Brasil estar resolvendo seus problemas nesse contexto. "Se tivéssemos uma crise daquela para nós enfrentarmos hoje a situação seria outra".

O diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Diesse) Clemente Ganz Lúcio, disse, no estúdio da TV Nacional, em Brasília, que na Agenda do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, um dos temas tratados em consenso foi a importância de investimento na educação. Para ele, a privatização não é o meio de salvar o sistema de ensino. "A educação é um bem público, e como tal, ela deve ser garantida pelo Estado e deve ter um investimento estratégico".

Os debates do Diálogo Brasil são mediados pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30. Os telespectadores podem participar enviando perguntas e sugestões pelo e-mail dialogobrasil@radiobras.gov.br e pelo telefone (61) 3327-4210.