Advogado da Caixa diz ter entregado nomes dos suspeitos de violação de sigilo bancário para PF

23/03/2006 - 16h33

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O advogado da Caixa Econômica Federal (CEF), Elton Nobre, afirmou à imprensa ao deixar a Polícia Federal que trouxe todas as informações solicitadas, inclusive o nome dos dois funcionários já identificados pela instituição que podem ter participado da violação bancária do caseiro Francenildo Santos Costa.

Eles não explicaram porque o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, não compareceu à PF, apesar de ter sido intimado para depor hoje. O depoimento estava marcado para as 14h30 e os advogados disseram ter entregue uma justificativa para o fato.

Por meio de nota, a CEF afirmou que foi identificada a máquina utilizada para o acesso à conta e impressão do extrato, e que a apuração dos fatos está sendo feita com a maior agilidade possível, "observados os princípios constitucionais de ampla defesa e do contraditório, para que se chegue a elucidação dos fatos, aplicando-se as penalidades cabíveis".

Segundo o advogado de Francenildo, Wlicio Chaveiro do Nascimento, o extrato da conta de seu cliente foi retirado à noite, quando ele estava na sede da Polícia Federal, na última quinta-feira (16), inscrevendo-se no programa de proteção a testemunhas. Nascimento disse que, na ocasião, o caseiro entregou o cartão bancário à PF, embora não tenha informado a senha e o código de letras necessário para acesso à conta.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, na semana passada, Francenildo confirmou o que havia dito em reportagem: que viu o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, "dez ou 20 vezes" na casa alugada em Brasília por Vladimir Poleto. Poleto foi um dos assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). O depoimento foi suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). Na matéria, o caseiro disse que presenciou partilha de dinheiro por Poleto e outros ex-assessores de Palocci.