Duplicação da BR-101 Nordeste deve ser concluída em cerca de dois anos e meio

04/03/2006 - 15h24

Eliane Gonçalves e Paulo Machado
Enviados especiais*

João Pessoa (PB) – Quase três meses depois do início das obras de duplicação da BR-101 Nordeste, os canteiros de obras estão na fase de terraplanagem e a previsão é de que o trabalho esteja concluído em cerca de 870 dias. Todo planejamento e execução de três dos oito lotes programados no projeto estão sob a responsabilidade do Exército.

O cotidiano dos quartéis mudou para os soldados que trabalham no trecho de 140 quilômetros dos 336 que separam Recife, em Pernambuco, de Natal, no Rio Grande do Norte. Cerca de 1000 soldados estão trabalhando na construção que esta a cargo do Primeiro Grupamento de Engenharia do Exército.

O Exército foi designado para fazer a duplicação da BR-101 Nordeste, em três lotes de obras de um total de oito que fazem parte do projeto de duplicação da rodovia, porque as empresas que participaram do processo de licitação questionaram os editais na Justiça. Como o resultado desses processos judiciais não saiu até novembro do ano passado, o governo usou de um dispositivo constitucional que permite entregar ao Exército obras de infra-estrutura. Assim, os recursos orçados em 2005 não foram perdidos.

Usar a mão de obra e a tecnologia do Exército para o início das obras foi uma alternativa para por fim ao atraso de quase um ano nos trabalhos. "Muitos dos licitantes começaram a tentar desclassificar outros concorrentes e entraram com medidas administrativas e medidas judiciais. Esse é um processo legítimo. Mas a preocupação do governo nesse cenário foi garantir que o recurso que estava alocado para 2005 não fosse perdido, por isso nós cancelamos o edital de três lotes dessa obra e transferimos essa responsabilidade de execução para o exército brasileiro", explica o diretor do Departamento de Planejamento do Ministério dos Transportes, Francisco Luiz Costa.

Para o General Paulo Komatsu, comandante do Primeiro Grupamento de Engenharia do Exército, e responsável direto pela obra "a convocação do exército para a duplicação da BR 101 é natural e é um instrumento que o Governo Federal tem em mãos para usar quando entender por bem". Além dos soldados, as obras devem gerar outros 2 mil empregos diretos entre a população civil, contratados por pequenas empreiteiras que realizam trabalhos como a construção de banquetas, sarjetas, valetas de proteção, gramados e sinalização vertical e horizontal.

*A equipe da Radiobrás viajou a convite do Ministério do Planejamento