São Paulo, 24/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de 2,3% em 2004, "traz apreensão e desencanto para o setor industrial", afirma em comunicado à imprensa o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). No texto, o diretor de economia da entidade, Boris Tabacof, diz torcer por um afrouxamento da política monetária.
"Embora a expansão de 2,5% da indústria tenha sido decisiva para o avanço do PIB, sabemos que o ano de 2005 poderia ter sido triunfal, após o crescimento de 4,9% em 2004, não fosse a resistência das autoridades econômicas em manter a taxa real de juros acima de dois dígitos – a maior do mundo –, um câmbio que parece não ter mais piso e uma carga tributária insana", diz o comunicado.
Tabacof destaca que o índice geral foi influenciado pela valorização dos metais primários e do petróleo, e que o crescimento da indústria de transformação foi de 1,3%. E conclui: "Resta torcer para que o afrouxamento da política monetária, somado à expansão do gasto governamental em um ano de eleições, possa trazer algum alívio para os setores produtivos da economia brasileira, fazendo de 2006 um ano melhor do que o passado. Afinal, ao confrontarmos a expectativa média de crescimento dos países emergentes em torno de 6,2% ao ano (estimativa do FMI) e, mais especificamente, a euforia que atualmente vivem países como Argentina, China e Índia, fica a dúvida se, de fato, o Haiti não é aqui".