Empresário preso pela Operação Carbono nega chefiar contrabando de diamantes

20/02/2006 - 17h59

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – A Polícia Federal de Minas Gerais interrogou hoje (20) o empresário Hassan Ahmad, acusado de chefiar uma quadrilha de contrabando de diamantes no Brasil e também de falsificar os certificados de Kymberley, que são usados para exportação das pedras. Ele está preso desde sexta-feira (17).

O esquema foi descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Carbono, realizada em parceria com o Ministério Público e a Receita Federal. Segundo a polícia, o empresário nega fazer parte de uma quadrilha de contrabando de pedras, mas diz que sabe os nome dos supostos envolvidos no caso apenas por atuar no mesmo ramo.

A maior parte das ações policiais se desenvolve em Minas Gerais, mas há buscas e prisões também nos estados do Rio de Janeiro e de Mato Grosso. Durante um ano e meio, a Polícia Federal investigou um esquema de comércio clandestino de diamantes, articulado por empresários do ramo, com auxílio de contadores, doleiros e servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão ligado ao Ministério das Minas Energia.

O DNPM é o setor responsável pela emissão dos certificados de Kymberley. Segundo a assessoria do ministério, uma sindicância foi aberta para apurar as denúncias. O relatório deve sair em 30 dias. O ministro Silas Rondeau suspendeu a emissão dos documentos.

Iniciada no último dia 10 pela Polícia Federal, a Operação Carbono prendeu seis pessoas acusadas de envolvimento com contrabando de pedras preciosas. Ao todo, foram expedidos nove mandados de prisão e 39 de busca e apreensão, informou a assessoria de imprensa da PF. Participam da operação 260 policiais federais, além de 50 auditores fiscais da Receita Federal.