Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Cortar o salário do presidente pela metade, bem como a remuneração dos parlamentares bolivianos. A proposta, defendida pelo novo presidente da Bolívia, Evo Morales, desde os tempos de campanha, foi ressaltada hoje (22) em seu discurso de posse. Morales conclamou os parlamentares a baixarem em 50% seus salários, assim como ele fará com seu salário, conforme garantiu.
"Vamos aplicar uma forte política de austeridade. Não é possível que um presidente ganhe mais de 27 mil bolivianos (a moeda do país), enquanto o salário básico é de 450 bolivianos", disse. Morales. Ele lembrou que o salário dos parlamentares, que é de mais de 20 mil bolivianos, também tem de ser cortado. "Temos a obrigação de baixar em 50% nossos salários", afirmou. O salário do presidente da Bolívia seria, hoje, de cerca de R$ 8 mil e o salário básico, correspondente ao mínimo brasileiro, estaria em torno de R$ 90.
O presidente boliviano garantiu ainda que acabará com os gastos reservados, parcela do orçamento regulada por leis que permitem gastos pertinentes à segurança e à defesa do estado. Autoridades podem usar a rubrica "gastos reservados", na Bolívia, sem ter que prestar contas de onde e como foi usado o recurso. "Gastos reservados para matar e roubar? Como é isso, num governo democrático, ter gastos reservados.? Em todo caso, isso vai terminar e não tenho medo de eliminar com os gastos reservados", ameaçou.
Morales reforçou sua promessa de dialogar com os donos de terras improdutivas, para garantir que as terras que não cumprem sua função social e econômica, gerando emprego e renda, sejam repassadas para pessoas que não têm títulos de terra e que querem plantar. O presidente da Bolívia disse também que desenvolverá políticas para acabar com o trabalho escravo nas propriedades rurais.