Rio, 18/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - O livro "Dez anos do Dançando para não Dançar", lançado hoje (18) no Rio, conta a história de um projeto de balé para crianças moradoras de 11 favelas cariocas, como Rocinha, Mangueira e Jacarezinho. A publicação, que conta a história do projeto "Dançando para não Dançar", será distribuída para bibliotecas e centros culturais de todo o país. Ela foi apresentada logo após o espetáculo de final de curso das 450 crianças estudantes de balé.
De acordo Paulo Rodrigues, um dos coordenadores "Dançando para não Dançar", o livro conta histórias do dia-a-dia do projeto e fala sobre as apresentações e o destino de alunos que se destacaram - alguns estão estudando balé na Alemanha ou já trabalham profissionalmente. Inclui ainda depoimentos de bailarinos, como Ana Botafogo, de cineastas, como Walter Salles, e de jornalistas, professores, pais e alunos do projeto, que é patrocinado pela Petrobras.
Paulo Rodrigues acredita que a longevidade do "Dançando para não Dançar" não se dá apenas pela qualidade do professores, quase todos do Theatro Municipal, mas sim pela parceria com a família dos alunos. "As crianças vivem em comunidades violentas e dominadas pelo tráfico. Esse fator, aliado à pobreza e desestrutura familiar, é capaz de afastar as crianças do projeto, se não houver um trabalho com a família também". Por isso, disse ele "além do constante diálogo entre professores e pais, o acompanhamento psicológico que as crianças recebem é extensivo também à família".
O coordenador do "Dançando para não Dançar" ressaltou que o projeto não forma apenas bailarinos. Os alunos ainda desenvolvem habilidades para música, cenografia, iluminação, figurino e produção de teatro. Ele lembrou também o "resgate da criança para a sociedade", através da música e da dança. "A vida deles é muito dura e sacrificada. Com a ajuda de convênios feitos com teatros, nós levamos as crianças, nos finais de semana, para assistirem a peças, algo que estava completamente fora de sua realidade".