Brasília, 21/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de federações, sindicatos e cooperativas de agricultores familiares de 24 estados brasileiros, organizações não-governamentais e convidados de oitos países se reunirão a partir de amanhã (22) no 1º Congresso Nacional de Agricultura Familiar. O objetivo do encontro, que será realizado até sexta-feira (25) em Luziânia (GO) é criar a Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf).
"Nenhum setor na sociedade consegue avançar, superar seus problemas e melhorar suas condições de vida se não estiver organizado", afirmou o coordenador geral da federação, Altemir Torpeli, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. A Fetraf, acrescentou, vai dialogar com sociedade: "Nós entendemos que essa aliança estratégica é fundamental para mudar o Brasil; para de fato produzirmos comida para o povo brasileiro, para que tenhamos uma aliança de solidariedade entre os que consomem os nosso alimentos e nós, que produzimos".
O Brasil tem hoje, segundo Torpeli, mais de 4,1 milhões de famílias agricultoras, que no total equivalem a mais de 20 milhões de pessoas vivendo diretamente do que produzem. "Em torno de 10% de tudo o que é produzido no Brasil vêm das mãos, do suor, do trabalho e do esforço de cada uma das nossas famílias", afirmou, lembrando que "mais de 40% de toda a produção que é transformada no setor agroindustrial brasileiro vem da agricultura familiar".
Torpeli destacou ainda que a reforma agrária será um dos principais temas tratados pela Fetraf, assim como "um conjunto de políticas que melhore a condição de vida do agricultor familiar". Segundo o coordenador, "a assistência técnica tem que ser melhorada e a política de preços mínimos, que é a garantia de compra dos produtos por parte dos governos, tem que ser consolidada".
Ao defender uma parceria estratégica, Torpeli afirmou que "o governo e a sociedade têm de entender que do outro lado da porta da nossa casa existe um conjunto de mais de 20 milhões de pessoas que produzem comida – e têm capacidade de produzir muito mais para erradicar a fome no Brasil".
