Nível de escolaridade das mulheres precisa melhorar, diz Nilcéia Freire

21/11/2005 - 19h40

Rio, 21/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - O nível de escolaridade das mulheres precisa melhorar no Brasil. A conclusão é da ministra chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire. "As mulheres, hoje, têm uma leve vantagem do ponto de vista da escolaridade em relação aos homens, mas não o suficiente para acabar com a discriminação, como no nível de salário", explicou.

Durante palestra no seminário Resgatando a Dignidade: Ética, Estado e Sociedade, a ministra destacou que nos últimos 30 anos as mulheres conseguiram avanços importantes, mas na prática enfrentam obstáculos. Ela citou a legislação aprovada na 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pequim em setembro de 1995: "Precisa ser trazida para o cotidiano e isso só acontece com políticas públicas defendidas pelos governos".

Para Nilcéa Freire, é preciso também ampliar a participação das mulheres na política. Embora a legislação eleitoral garanta que 30% do quadro dos partidos nas eleições tenham que ser preenchidos por candidatas, esse número não se reflete no Congresso, disse. E acrescentou: "Hoje as mulheres são apenas 9% no parlamento. É verdade que elas fazem muito barulho, mas precisamos ampliar".

A ministra lembrou ainda que na sexta-feira (25) é comemorado o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. E informou que a cada 20 segundos uma mulher é agredida no Brasil e, por ano, são registrados cerca de 2 milhões de casos no país: "Essas agressões impactam a economia, a saúde pública e são mecanismos retroalimentadores da violência no país".