Cecília Jorge e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – A política norte-americana de incentivo à abstinência sexual entre os jovens como forma de prevenção contra a aids foi criticada hoje durante o lançamento do relatório mundial sobre a situação da epidemia em 2005.
O diretor do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) na América Latina e Caribe, Nils Kastberg, disse que a medida é insuficiente para controlar a doença. "É muito claro que só falando de abstinência não vamos conter a doença", afirmou.
O diretor do Programa Nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, afirmou que essa política é inadequada como forma de prevenção. Segundo Chequer, o estímulo à abstinência nos Estados Unidos não se deve apenas à pressão religiosa, mas a uma política de Estado do governo do presidente George W. Bush.
"Eu creio que esse é um ponto importante ao analisarmos a situação do mundo hoje", avaliou Chequer. "Isso representa uma ameaça ao controle da epidemia, porque tira o foco efetivo do que é prática operacional a ser implementada."
Para Chequer, a estratégia mais efetiva de evitar o contágio através do sexo é investir na distribuição de preservativos. "Em relação à transmissão sexual, o Brasil tem uma política de acesso a preservativo como sendo a base da sua política de prevenção", destacou.
Segundo ele, a meta do governo federal é adquirir 1 bilhão de camisinhas em 2006. Este ano, deve ser distribuído um total de quase 300 milhões de unidades.