Brasília, 21/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Qualquer decisão sobre a flexibilização das áreas de risco sanitário no Paraná será tomada a partir de observações técnicas, afirmou hoje (21) o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. Para que isso aconteça, acrescentou, é necessário realizar exames laboratoriais em todos os animais – cerca de 210 – de Mato Grosso do Sul que estiveram em Londrina durante a realização de uma feira.
Rodrigues afirmou que só quando forem esgotadas todas as "análises possíveis" ele dará uma definição. "A questão da aftosa, do ponto de vista laboratorial, tem um problema: quando o exame der positivo, está caracterizado o foco; quando der negativo, não significa que não foi. Então nós queremos tem uma imagem absolutamente tranqüila do Brasil lá fora", disse.
De acordo com Rodrigues, as informações prestadas até agora ao ministério vão permitir uma flexibilização da Instrução Normativa 34, que estabelece um raio de 25 quilômetros de interdição para as propriedades: "Nós queremos reduzir para 10 quilômetros e ao mesmo tempo ampliar a comercialização de produtos dessas regiões para outros estados".
O ministro negou que haja suspeita de fraude na realização dos exames. Segundo ele, a perspectiva é finalizá-los em até dez dias. "Há absoluta transparência quanto a esse assunto, tanto do lado de cá como do lado de lá", explicou. O objetivo, segundo ele, é que ao final da investigação o ministério tenha "uma posição a tal ponto sólida que possa convidar entidades internacionais para que venham acompanhar tudo o que foi feito e o que será feito, para que não tenhamos nunca mais esse tipo de problema naquela região".
A suspeita dos focos de febre aftosa no Paraná foi anunciada no dia 21 de outubro pela secretaria estadual de Agricultura e, dez dias depois, o ministério divulgou instrução normativa definindo uma área com mais 32 municípios como de risco sanitário. Desde então, dessa área não saem animais vivos, carne fresca e leite para outras partes do estado. Para os técnicos do Paraná, mesmo que os exames de laboratório comprovem a presença do vírus no material analisado, está comprovado que a situação está sob controle. Atualmente, 48 países mantêm algum tipo de restrição à importação de carnes do Brasil. O embargo começou quando foram detectados os focos de febre aftosa em rebanhos de Mato Grosso do Sul.