Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A taxa básica de juros (Selic), atualmente de 19% ao ano, deve cair para 18,50% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará amanhã (22) e depois (23). A mesma redução deve ocorrer na reunião de dezembro, de modo que os juros terminem o ano no patamar de 18%, de acordo com estimativa do boletim Focus, divulgado hoje (21) pelo Banco Central.
Resultado de pesquisa que o BC faz todas as sextas-feiras com uma centena de analistas de mercado e instituições financeiras para "sentir tendências" dos principais indicadores da economia, o boletim Focus amplia o otimismo quanto à queda de juros também no decorrer de 2006 e diz que a perspectiva do mês passado, de a taxa básica encerrar o ano em 15,88%, caiu para 15,75% na pesquisa da semana passada e agora é de 15,50%.
Esse otimismo não se reflete, porém, no crescimento da economia. As notícias de estagnação da indústria no terceiro trimestre do ano fizeram os pesquisados reavaliar a perspectiva anterior de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas no país. A projeção anterior, de 3,20%, caiu agora para 3,09%, como reflexo do menor crescimento também da produção industrial: de 3,79% para 3,69%.
Esse movimento de queda não altera, contudo, a projeção para a relação entre dívida líquida do setor público e PIB no encerramento do ano, que deve terminar em 51,60%. Isso significa que a dívida corresponde a mais da metade de tudo que se produz. A situação deve mudar um pouco no ano que vem, quando os analistas prevêem melhora de 50,80%, da pesquisa anterior, para 50,70%.
A pesquisa do BC aumentou de US$ 42,02 bilhões para US$ 42,40 bilhões a estimativa para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) neste ano, e elevou de US$ 35 bilhões para US$ 35,20 bilhões a projeção de saldo para 2006. Manteve, porém, as expectativas de US$ 13 bilhões para o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, e de US$ 16 bilhões para a entrada de investimento estrangeiro direto no setor produtivo.