Especial 6 - Gestor de hospital critica Samu por fazer "reboqueterapia"

20/11/2005 - 11h05

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não pode funcionar apenas como um "reboque" de pacientes para os grandes hospitais de emergência. A crítica é do assessor da direção do Hospital Geral de Bonsucesso, unidade da rede federal na cidade do Rio, Julio Noronha.

Ele destacou o pequeno número de equipes do Samu que contam com médicos, na cidade do Rio. Apenas 23 das 63 ambulâncias são de suporte avançado, ou seja, possuem uma equipe com médico, profissional de enfermagem e motorista. As outras 40 são de suporte básico e contam apenas com motorista e técnico de enfermagem.

"O problema é que o Samu tem poucos médicos e faz o que nós chamamos de ‘reboqueterapia’. Em vez de fazer o tratamento na própria casa do paciente, eles trazem a pessoa para os hospitais", disse Noronha, destacando que a direção do Hospital do Andaraí, outra unidade federal, também reclama desse tipo de atendimento.

Segundo o médico, a emergência do Hospital de Bonsucesso tem apenas 35 leitos e, nos últimos seis meses, tem ficado superlotada. Noronha conta que a unidade já recebeu 105 pessoas ao mesmo tempo. "Temos dificuldade de receber pacientes trazidos por qualquer unidade, seja o Samu ou o Corpo de Bombeiros. Às vezes, a gente pede para a ambulância deixar a maca, porque senão a gente fica sem leito para receber o paciente."