Especial 4 - Samu pode contribuir para esvaziar superlotadas emergências de hospitais

20/11/2005 - 11h03

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Contribuir para o esvaziamento das superlotadas emergências dos grandes hospitais cariocas. Esse é o grande desafio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) da cidade do Rio de Janeiro. O programa, que em todo o Brasil já atendeu 210 mil pessoas, chegou à capital fluminense em junho deste ano.

"O Samu está entrando para tentar ordenar a emergência da cidade do Rio, como a do restante do país", diz o coordenador médico do programa no município, Wellington Morales.

Segundo ele, a cidade do Rio tem uma característica que amplia a importância do Samu: a existência de uma rede de atenção básica precária, que seria composta por postos de saúde que não atendem às necessidades da população.

"O que a população faz? Corre e superlota as grandes emergências. Temos pacientes com problemas que não são crônicos, mas que como não têm outra opção, recorrem a essas emergências. São pacientes com necessidades de pequenos procedimentos, como cortes", disse Morales.

O Samu foi inaugurado no Rio no final de junho deste ano, através de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde. Nos três primeiros meses de funcionamento, foram realizados 28 mil atendimentos. O serviço foi acoplado a um outro programa do governo do estado, que existia desde 2004, o Emergência em Casa.

Atualmente, 63 ambulâncias ficam posicionadas em 14 pontos da cidade do Rio, prontas para fazerem os atendimentos médicos. Na central do Samu, que faz os atendimentos telefônicos dos pacientes, trabalham seis tele-atendentes e cinco médicos reguladores.

Morales lamentou, no entanto, que ultimamente, esse aparato tenha sido alvos de trotes. Segundo ele, apenas 40% das ligações recebidas, a cada dia, realmente necessitam de atenção por parte da equipe médica do Samu.