Manifestantes depredam lojas e bancos durante protesto contra Bush

04/11/2005 - 20h39

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Mar del Plata (Argentina) - Terminou em quebra-quebra a marcha de protesto contra a presença do presidente norte-americano, George W. Bush, na 4ª Cúpula das Américas. O grupo de desempregados, os chamados piqueteiros, e militantes da ala mais radical da esquerda depredaram lojas e bancos e arremessaram pedras em policiais, que, por sua vez, usaram bombas de gás lacrimogêneo.

O embate com a polícia aconteceu perto da zona de retrição do hotel Hermitage, onde são feitas as reuniões da cúpula. Uma agência do Banco Galícia e uma loja de chocolates, além de cabines telefônicas, foram destruídas. Os manifestantes usaram, também, coquetéis molotov.

O protesto começou de forma pacífica por volta das 7 horas em uma das avenidas mais importantes de Mar del Plata. Com faixas de "Fora Bush" e "Não à Alca", os 40 mil manifestantes marcharam até o Estádio Mundialista, que já foi palco de jogos de Copa do Mundo em 1978.

Debaixo de chuva e muito frio, os manifestantes aguardaram ansiosamente por duas das presenças mais ilustres no protesto: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o ex-jogador de futebol Diego Maradona.

Em seu discurso, à tarde, Chávez criticou duramente os Estados Unidos. Ele disse que a hegemonia norte-americana é prejudicial ao planeta e condenou a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O presidente venezuelano criticou, ainda, o ex-presidente argentino Carlos Menen, que numa entrevista o chamou de populista: "Ele disse que eu era populista, mas eu, aqui, digo: traidor. Entregou a Argentina, mas, hoje, a Argentina se levantou."

Durante o protesto no estádio não houve violência, mas nos arredores era possível ver muitos manifestantes com pedaços de madeira na mão. O clima era tenso e não havia policiamento na área.