Funcionários do BC fazem greve de dois dias em todo o país

24/08/2005 - 16h25

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os funcionários do Banco Central voltaram à greve, hoje (24) e amanhã (25), em resposta à "intransigência" da diretoria do banco, que não quer retomar o diálogo para as negociações salariais da categoria e para o fortalecimento da instituição, conforme afirmou o presidente regional do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Paulo Tasso Calovi.

Pela avaliação de Calovi, o movimento voltou mais forte que na greve de advertência, de um dia, quinta-feira da semana passada: dos cerca de 2.200 funcionários que trabalham na sede do BC, em Brasília, menos de 300 estavam em seus postos hoje de manhã, um índice de participação na greve superior a 85%.

O apoio à paralisação foi muito alto também no Rio de Janeiro, onde cerca de 90% dos funcionários do BC cruzaram os braços, e em São Paulo o índice chegou a 80%, de acordo com o dirigente sindical. Ele disse que "o movimento está forte" em todas as regionais do banco, e a paralisação mínima é em torno de 50%, em Fortaleza e Salvador – únicas capitais que estão com serviço normal de distribuição de dinheiro, uma vez que as operações de abastecimento das agências bancárias pararam por inteiro na sede e nas demais regionais, acrescentou.

O fortalecimento da greve, segundo ele, foi provocada, em parte, pela postura da diretoria do BC que, ao invés de atender ao "chamamento da categoria" para reabrir a mesa setorial de negociações salariais e adotar medidas para fortalecimento institucional, acenou com o corte do ponto de todos os que não trabalharam na quinta-feira (18). Ele ressaltou que a decisão do banco "só recrudesceu os ânimos" dos 4.600 funcionários do BC, que estão cada dia mais mobilizados em defesa da correção das perdas salariais de 1998 para cá, estimadas em 57%.