Funcionários do Banco Central decidem amanhã se continuam greve por tempo indeterminado

24/08/2005 - 16h02

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio – A paralisação de 48 horas promovida em nível nacional pelos funcionários do Banco Central desde hoje (24) poderá ser estendida por tempo indeterminado, caso o governo não aceite abrir um canal de negociações. A possibilidade será discutida amanhã, em assembléias realizadas em todo o país, e poderá levar à falta de cédulas no mercado já a partir de segunda-feira.

As informações são do presidente regional do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central no Rio de Janeiro, Sérgio Del Fito. Segundo ele, a paralisação atinge a cerca de 85% dos mais de 680 funcionários do BC no estado do Rio, mas ainda não afeta diretamente a população, pois os recursos em circulação são suficientes para atender ao mercado até, pelo menos, a próxima segunda-feira.

Ainda de acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Banco Central, a principal reivindicação da categoria é a abertura de negociações com o governo, o que já vem sendo tentado desde o início do ano. "Há necessidade de acerto em alguns itens do Plano de Cargos, que já vem desde 2003. Já estamos indo para 2006 sem qualquer perspectiva de aumento em 2005. É preciso que o governo – que retirou da categoria o direito ao reajuste linear de salários desde o ano passado – abra um canal de negociação para tratar desta reposição".

O movimento é, segundo ele, também para alertar a sociedade sobre o estado de sucateamento por que está passando o Banco Central. "Estão desativando a Central de Atendimento – que dá informações aos consumidores de serviço bancário. E a área de Meio Circulante tem problemas sérios de segurança por falta de verba – haja visto o assalto ao Banco Central em Fortaleza, de onde os ladrões levaram mais de R$ 160 milhões, no maior assalto já efetuado no país.