CPI da Compra de Votos pode reconvocar presidentes de fundos de pensão

24/08/2005 - 20h30

Brasília, 24/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos quer voltar a ouvir os presidentes de fundos de pensão na quarta-feira (31), em audiência pública. Para isso, o requerimento de convocação deverá ser votado amanhã (25), em reunião administrativa marcada para as 9h.

Hoje (24), a CPMI da Compra de Votos ouviu, reservadamente, os presidentes dos fundos de pensão da Petrobras (Previ), Wagner Pinheiro de Oliveira; da Caixa Econômica Federal (Funcef), Guilherme Narciso de Lacerda; e do Banco do Brasil (Previ), Sérgio Rosa.

De acordo com o presidente da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), eles compareceram de forma espontânea à CPMI. "Foi uma reunião preliminar, o começo do diálogo", disse. Já o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) informou que os presidentes não trouxeram nada de novo e que é preciso ter mais informações antes de ouvi-los novamente.

Os parlamentares investigam se houve irregularidade nos empréstimos concedidos pelo Banco Rural e BMG ao empresário Marcos Valério. Há suspeitas de que o dinheiro tenha vindo de aplicações dos fundos de pensão. "Os fundos de pensão não participaram de qualquer esquema de corrupção", afirmou o presidente da Petros.

Os presidentes do Funcef e da Previ informaram que em anos anteriores já haviam feito aplicações nos bancos Rural e BMG. Apesar disso, de acordo com o presidente da Funcef, Guilherme de Lacerda, a aplicação foi terceirizada. Já o da Petros afirmou que tem aplicações nesses bancos. Wagner Pinheiro de Oliveira disse que são cerca de R$ 96 milhões de investimentos nessas instituições, o que representa 0,4% para a fundação: "Os investimentos cumpriram o rito de análise técnica e aprovação nas instâncias decisórias da Fundação".

Sobre a quebra de sigilo pedida pela CPI dos Correios, o presidente da Previ, Sérgio Rosa, disse acreditar que ainda não há elementos para quebrar todo o sigilo ainda, mas que vai colaborar, se esta for a decisão da Comissão Parlamentar de Inquérito. "Mas que seja de maneira técnica, profissional, e as informações devem ser protegidas", ressalvou. Segundo ele, é "ilusão" pensar que é possível fazer uma análise completa de todas as aplicações dos fundos em um mês.

A Previ, a Petros e a Funcef representam os maiores fundos de pensão no Brasil. A Previ tem cerca de 145 mil associados e um patrimônio de aproximadamente R$ 71 bilhões. Já a Petros tem faturamento de R$ 24,8 bilhões e 93,5 mil associados. A Funcef tem patrimônio de cerca de R$ 18,3 bilhões e aproximadamente 73 mil associados.