Investidores dão voto de confiança à economia brasileira, diz secretário dos EUA

01/08/2005 - 22h25

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, afirmou hoje que os investidores estrangeiros não temem que a situação política brasileira venha a contaminar a economia do país. Snow, que ocupa o cargo correspondente ao de ministro da Fazenda, acha que os investidores de capital de risco estão com uma "visão positiva" em relação ao desempenho da economia.

"Eles reconheceram que a economia, devido às boas políticas, está superando essa questão política muito bem, qualquer que seja a crise. Eles estão com atitude positiva. Realmente percebi que há um voto de confiança por parte dos investidores de capital de risco em termos do encaminhamento da economia brasileira", disse em entrevista coletiva concedida aos jornalistas na embaixada norte-americana, em Brasília.

Segundo ele, manter a inflação sob controle, contar com uma política macro-econômica "adequada e sólida", controlar o déficit e diminuir a relação dívida versus Produto Interno Bruto (PIB) acentuam a confiança do investidor externo no Brasil.

Snow iniciou hoje (1º) na capital federal sua agenda de visitas ao Brasil. Reuniu-se no início da tarde com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. No início da noite, encontrou-se com o presidente Lula.

Questionado sobre a política de juros brasileira, o secretário americano disse que "mesmo com taxas de juros que são reconhecidamente tão elevadas", acredita que a perspectiva para a economia brasileira seja "efetivamente muito boa". "O Meirelles sabe muito sobre taxas de juros, com certeza ele conhece muito, ele é especialista, perito em taxas de juros", afirmou.

Para Snow, é importante que o país assegure o crescimento da economia e a geração de empregos, opinião que, segundo ele, é compartilhada pelo ministro da fazenda brasileiro e por Meirelles. "Entendemos que a economia brasileira está criando muitos empregos, mês após mês. E tanto Palocci quanto Meirelles acreditam numa perspectiva de crescimento, na verdade, em um crescimento mais forte após o primeiro trimestre", afirmou.