Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abrirá hoje (1º) em Campinas (SP) a campanha oficial da Frente Parlamentar por um Brasil sem Armas, que pretende mobilizar a opinião pública pelo voto "sim" no referendo que questiona se a venda de armas e munições no Brasil deverá ser proibida, marcado para 23 de outubro.
O lançamento da campanha contará com a participação de prefeitos da região. Às 15 horas, os senador dará entrevista coletiva à imprensa no Salão Azul da Prefeitura de Campinas.
Ao defender a proibição da venda de armas e munições, o presidente do Senado tem lembrado que "os únicos beneficiados, quando se ouve um estampido nas ruas, são a indústria e o comércio de armas de fogo" e que "não dá mais para conviver" com a imagem de um Brasil campeão mundial de mortes por armas de fogo – elas provocam duas vezes e meia mais mortes que os acidentes de trânsito. "Morrem no Brasil, hoje, por arma de fogo, 104 pessoas por dia, é uma pessoa a cada 14 minutos. É essa realidade que temos que enfrentar com o desarmamento e a proibição da venda de armas. Esse mercado inescrupuloso não pode continuar", disse.
O secretário-geral da frente, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), informou que está previsto para o dia 11 um showmício no Rio de Janeiro, com artistas, intelectuais e políticos favoráveis ao desarmamento. Os membros da frente parlamentar querem explicar aos brasileiros que a venda de armas de fogo é um dos elementos que contribui diretamente para o crescimento da violência no país. "Vamos levar o debate não só a respeito da comercialização de armas ou não. Para que se entenda porque se deve proibir o comércio de armas de fogo e munição, você tem que debater as polícias, a Justiça, a questão prisional", ressaltou Jungmann.
Em outros cantos do país também ocorrerão manifestações em prol da proibição do comércio de armas de fogo. Já nesta segunda-feira (1º), no Recife, por exemplo, um dos primeiros comitês estaduais da Frente entra em funcionamento. A cerimônia de instalação está prevista para as 17 horas, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O evento vai reunir escolas, igrejas, associações de direitos humanos e representantes do governo pernambucano e de organizações não-governamentais (ONGs).
A Frente por um Brasil sem Armas é integrada ainda pelos senadores Luiz Otávio (PMDB-PA), Gerson Camata (PMDB-ES), César Borges (PFL-BA), Demostenes Torres (PFL-GO), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Aloizio Mercadante (PT-SP), Valmir Amaral (PP-DF), Patrícia Saboya (sem partido-CE) e Marcelo Crivella (PL-RJ). E pelos deputados Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG), Alberto Goldman (PSDB-SP), Jorge Gomes (PSB-PE), ACM Neto (PFL-BA), Fernando Gabeira (PV-RJ), João Fontes (PDT-SE), Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE).
Com informações da Agência Senado