Sindicalistas pedem que Petrobras mantenha refinaria de Manguinhos em operação

08/07/2005 - 19h56

Rio, 8/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Federação Única dos Petroleiros e o Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro/RJ) pediram hoje a intervenção da Petrobras para garantir sobrevida à Refinaria de Petróleo de Manguinhos, que ameaça fechar atividades até o final deste mês.

O coordenador da Secretaria de Política e Formação Sindical do Sindipetro/RJ, Odilon Horta, funcionário da refinaria, disse que alternativa imediata prevê a venda de petróleo, pela Petrobras, a preços mais baixos, a fim de garantir o funcionamento de Manguinhos por mais alguns meses.

Os trabalhadores, conforme o sindicalista, também têm a expectativa de que a Petrobras encampe a refinaria, em que o grupo privado Peixoto de Castro tem participação, a fim de garantir o processamento de 16 mil barris/dia de petróleo e a manutenção dos empregos. Na próxima semana, o Sindipetro/RJ e a FUP farão contatos com a governadora Rosinha Matheus e o Secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, na tentativa de sensibilizá-los para o problema. "É uma incoerência ter uma refinaria fechada no Rio de Janeiro quando há uma campanha para uma refinaria nova no estado", comentou Horta.

Na segunda-feira (11), durante ato de sindicalistas em Brasília, a FUP e o Sindipetro/RJ também tentarão levar a questão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "para ver o que pode ser feito em nível de governo federal". O presidente da FUP, Antonio Carrara, revelou que a própria refinaria vem anunciando aos empregados o fechamento, já tendo inclusive efetuado a suspensão de importação de petróleo que viria da Argentina.

A empresa alega que a crise que vem enfrentando é provocada pela disparada do preço internacional do petróleo, que já superou U$ 60 o barril, enquanto no mercado interno os preços dos combustíveis estão controlados. Carrara repassou informações de Manguinhos no sentido de que, se os preços estivessem no patamar de U$ 50 a U$ 51 o barril, "daria para tocar e empatar, não teria lucro mas também não teria prejuízo". Na opinião do presidente da FUP, Manguinhos não consegue competir porque não investiu nas adaptações necessárias, "é muito obsoleta".

Carrara sugeriu ainda como alternativa os empregados assumirem a gestão de Manguinhos. Segundo o Sindipetro/RJ, estão em jogo 500 postos de trabalho diretos, sendo 330 próprios e o restante terceirizado.