Marinho destaca salário mínimo, reforma sindical e fiscalização entre as diretrizes

08/07/2005 - 20h36

São Paulo, 8/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério do Trabalho e Emprego, enumerou hoje as diretrizes à frente da pasta: "Reforma sindical, salário mínimo e atenção à fiscalização, focando o trabalho infantil e o trabalho escravo".

Em entrevista coletiva concedida na sede nacional da CUT, Marinho afirmou que procurará "estabelecer uma política de valorização permanente do salário mínimo, um anseio não somente do movimento sindical, mas também de vários segmentos da sociedade brasileira". Para tanto, disse que pretende manter diálogo com ministérios da área econômica e, principalmente, com ministério da Previdência e Assistência Social.

"Nós trabalhamos com a convicção de que com um bom rearranjo do ponto de vista de gestão, no combate à corrupção, à evasão e à sonegação, a Previdência poderá, em poucos anos, deixar de ser deficitária e ter superávit, criando as condições para que o salário mínimo cresça significativamente", explicou.

Marinho afirmou, também, que dará atenção especial à reforma sindical: "Nós não pretendemos discutir a reforma trabalhista neste mandato, não recebi orientação do presidente neste sentido. O que nós pretendemos é colocar em pauta a reforma sindical. É evidente dependerá muito de como está o Congresso Nacional. Por essa razão, desejo que as CPIs sejam realizadas".

Sobre suas opiniões como líder sindical, disse que estão mantidas, mas deverá haver mudança no local do "embate". Marinho revelou ter desistido de se candidatar a deputado estadual nas próximas eleições para assumir o Ministério do Trabalho e Emprego. "A tarefa de presidir o ministério, com a missão de ajudar a construir uma passagem – junto com outros companheiros – a sair dessa situação e, quem sabe, conduzir o país para a normalidade e continuar gerando emprego é uma missão importante. Tenho toda a condição de abrir mão da candidatura", disse.

E disse que em dez dias, no máximo, informará as prioridades do ministério. Na segunda-feira (11), ele terá reunião com o ministro Ricardo Berzoini e os secretários para preparar a transição. Na CUT, a decisão sobre seu substituto será tomada pela direção nacional. "Nós esperamos que no decorrer da semana que vem, no mais tardar da outra (semana), tenhamos condições de anunciar o meu substituto", informou.