Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores (PT) Sílvio Pereira deixou a Superintendência da Polícia Federal (PF), onde prestou depoimento durante cerca de três horas. A PF apura o suposto envolvimento do petista com dirigentes de estatais, políticos e o empresário Marcos Valério, dono da agência SMP&B, apontado pelo deputado Roberto Jefferson como responsável pelo pagamento de mesadas a parlamentares.
Ao final do depoimento, Silvio Pereira disse ter confirmado as indicações para cargos no governo, embora não tenha mencionado nomes nem cargos específicos. "Em nome do PT, indicava nomes do partido para o governo, como qualquer partido da base aliada."
Sílvio Pereira afirmou que estava com a consciência tranqüila, que havia respondido a tudo que foi perguntado. Disse que não sabia de empréstimo com Marcos Valério como avalista. "Não tive informações de que Marcos Valério era avalista do PT", destacou. Em nota, o PT esclareceu que o empresário foi avalista de dois empréstimos feitos pelo partido junto ao BMG e ao Banco Rural.
Segundo o advogado Arnaldo Malheiros, contratado pelo PT para defender Sílvio Pereira e o ex-secretário de Finanças Delúbio Soares, Sílvio Pereira não conhecia Marcos Valério.
"Se alguém cometeu alguma coisa errada, deve ser punido. Se houver algum culpado, que seja punido de acordo com a lei", disse Silvio Pereira. E acrescentou: "Tudo o que fiz é público e vocês conhecem". Sílvio Pereira informou que vai depor, no dia 2 de agosto, na Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara dos Deputados e, quando for chamado, na CPI dos Correios.