Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Florianópolis - A importância da cooperação é um dos consensos que emergeM da reunião que acontece hoje (8) na capital catarinense para debater a formação de uma política nacional de apoio ao desenvolvimento local.
"No mundo todo, até nas grandes empresas internacionais, já se está descobrindo a colaboração. Antes, só se falava em competição, era o darwinismo social. Agora se está aprendendo a força que a cooperação pode ter", explica o economista Ladislau Dowbor, um dos coordenadores do projeto, que é uma parceria entre o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Instituto Cidadania, organização não governamental fundada por Luiz Inácio Lula da Silva e que criou o Fome Zero.
"Nós vivemos num mundo em que não se pode sobreviver sozinho", diz Dowbor, que também é professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Os consórcios intermunicipais estão entre as iniciativas recentes que vêm conseguindo soluções para problemas comuns de várias cidades, lembra Dowbor. A lei que regulamenta a formação desses consórcios foi sancionada em abril.
A Blusoft, incubadora de empresas de informática de Blumenau, é uma das experiências de cooperação apresentadas hoje. A iniciativa já formou 41 novas empresas. Em Blumenau, segundo Charles Schwarke, gerente da Blusoft, existem 489 empresas de informática, que empregam 4.940 pessoas. O desafio dos empresários agora é ampliar a integração, de modo a reduzir custos e potencializar seus produtos. "Ainda enfrentamos um individualismo exagerado dos empresários", conta Schwarke.
Wilson Schmith, representante da Agraeco (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral), lembra a importância de aproximar as economias urbana e rural numa região como exemplo dessa cooperação. Ele cita o exemplo de Tubarão (SC), que, segundo ele, é o município onde o tratamento da água potável mais custa no estado. "As nascentes do Rio Tubarão estão na região da Serra Geral. O que será que fica mais caro: investir na nossa região para nos ajudar a manter limpo o rio ou depois bancar esse tratamento? Caro é deixar o homem do campo vir para a cidade. Temos que ter políticas de desenvolvimento territorial, não mais ações pontuais."