Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – Mesmo baixa, a inflação foi pressionada, no primeiro trimestre, por altas em diversos setores – principalmente as tarifas de serviço público ou preços administrados pelo governo federal. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o primeiro semestre de 2005 com alta de 3,16% – abaixo dos 4,5% estabelecidos pelo governo federal como meta. O índice, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é usado como a referência oficial do governo federal para a inflação.
Os fatores que mais pressionaram o IPCA foram as tarifas de ônibus urbanos, reajustadas em 8,10%, na média do país. A segunda maior alta foi das tarifas de energia elétrica, com 5,65%. As outras altas de remédios (5,02%) e planos de saúde (5,65%) – que têm seus preços administrados pelo governo federal. Depois vêm as tarifas de metrô (15,86%) e telefone celular (5,44%).
"O resultado foi pressionado principalmente pelos preços administrados", disse a economista Eulina Nunes, gerente de Índices de Preços do IBGE. A economista informou que para o mês de julho deve haver um impacto maior pelo reajuste das tarifas de telefone.
Para a economista, a pressão dos reajustes foi em parte neutralizada pela deflação dos alimentos. "Um item importante, no sentido, de conter a taxa do semestre, foram os alimentos que ficaram um pouco mais de 2%, em função do câmbio e da safra agrícola", acrescentou. A economista informou que para o mês de julho o principal impacto esperado é o reajuste da tarifa de telefone.
O IPCA é usado como a referência oficial do governo federal para a inflação. Ele é medido em nove regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia e Brasília. Mede as alterações de preço em vários setores, como alimentação, moradia e transporte. O IPCA mede gastos das famílias que ganham de R$ 300 a R$ 12.000 por mês.