Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Florianópolis – O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Instituto Cidadania, organização não governamental que criou o Fome Zero e vários outros projetos incorporados ao programa do atual governo, preparam até o fim do ano a proposta de uma política nacional de apoio ao desenvolvimento local.
Um seminário que acontece hoje (8) em Florianópolis é o primeiro de uma série de eventos que acontecem em todo o país até dezembro para constituir as diretrizes dessa política. A idéia dos coordenadores do projeto é, em cada evento, ouvir responsáveis por experiências de desenvolvimento local nas cinco regiões brasileiras e localizar entraves e propostas de políticas públicas que sejam resultado da experiência in loco dos mais diversos grupos.
"Queremos ouvir brasileiros de todo o país que, cansados de esperar o que vem de cima, resolveram arregaçar as mangas e criar desenvolvimento no lugar onde vivem", afirma Paulo Vannuchi, cientista político que é presidente do Instituto Cidadania.
Vannuchi explica que já existem várias políticas de apoio ao desenvolvimento local por todo o país. Só que as iniciativas são pontuais e muitas vezes não dialogam entre si: "Já catalogamos mais de 12 mil iniciativas de apoio a esses projetos locais por todo o país. Mas, se elas forem devidamente orientadas e coordenadas, poderemos gerar a duplicação e até a triplicação de seu potencial de inclusão social, combate à pobreza e geração de trabalho e renda".
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, esteve ontem à noite na abertura dos trabalhos do seminário. Ele lembra que as iniciativas locais estão por todo o país. "Com ajuda, tudo isso pode andar um pouco mais rápido. Precisamos ser pretensiosos".
O seminário em Florianópolis conta também com apoio do governo do estado, da Delegacia Regional do Trabalho, representação local do Ministério do Trabalho e Emprego, do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e do BESC (Banco do Estado de Santa
Catarina).
Os próximos seminários do projeto acontecem até o fim do ano em Campo Grande, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Manaus, Fortaleza e São Paulo. Além desses eventos, também está prevista no projeto a realização de pesquisas e encontros temáticos, além da publicação de livros e estudos.
O resultado dos trabalhos deverá ser entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o fim do ano, da mesma forma como aconteceu com o plano anterior coordenado pelo Instituto Cidadania, o Projeto Juventude. Finalizado no início de 2004, ele inspirou a criação da Secretaria Nacional de Juventude, do Conselho Nacional da Juventude, que deve ser instalado ainda este ano, e do Pró-Jovem (Programa Nacional de Inclusão do Jovem), programa social de apoio a jovens
acima de 18 anos para possibilitar a qualificação profissional e a inclusão social.
O Instituto Cidadania é uma ong de São Paulo onde, sob a coordenação do presidente Lula, foi elaborada grande parte do seu programa de governo, entre 2000 e 2002. Dali saíram planos como o Fome Zero, que unificou os projetos federais no campo da segurança alimentar. Também se originaram do instituto idéias como a criação do Ministério das Cidades, da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, no âmbito do Ministério da Justiça, e da Secretaria Nacional de Juventude.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no endereço eletrônico www.desenvolvimentolocal.org.br