Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A campanha de vacinação contra a febre aftosa, que termina amanhã (31), pode alcançar um índice recorde. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, o balanço parcial indica que os pecuaristas devem vacinar 96% do gado dos 15 Estados que participam deste programa, além do Distrito Federal. Isso representa um aumento de 10% em relação à expectativa inicial e de 2% em comparação ao ano passado.
"Esse aumento se deve, em parte, aos resultados do nordeste, que são relativamente superiores ao que imaginávamos. Por isso acreditamos que poderemos passar dos 94% de vacinação obtidos no ano passados. Os dados que estão chegando são muito bons", argumenta o secretário. Segundo ele, não há previsão de quando o ministério divulgará o balanço final da campanha, que começou no dia primeiro deste mês.
Maciel destaca a conscientização dos governadores sobre o problema. "Hoje há consciência de que o Governo Federal tem que atuar em parceria com Estados e municípios. Isso tem aumentado muito o entusiasmo e faz com que a iniciativa privada queira investir e vacine seus animais", argumenta.
Já o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Corte, Pedro Paulo Pires, acrescenta que "o Brasil tem uma das maiores e melhores campanhas para erradicar a doença". Além disto, ele ressalta que a participação do produtor é fundamental. "É por isso que nos estamos ficando livres da doença", analisa.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, o que rende um saldo positivo de aproximadamente US$ 3,5 bilhões na balança comercial. A febre aftosa, no entanto, pode frear as exportações já que os países importadores interrompem a comercialização ao menor foco da doença. Além disso, ela atinge também o bolso do criador: o gado contaminado emagrece, produz menos leite e o animal fica proibido de ir para o abate. Aftas na boca são as principais características da enfermidade, que é transmitida por vírus. Os animais não vacinados podem até morrer.