Líder diz que PT não permitirá uso de CPI como palanque da oposição

30/05/2005 - 20h27

Brasília, 30/05/2005 (Agência Brasil - ABr) - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Rocha (PA), garantiu hoje que o partido não vai impedir o funcionamento de nenhuma comissão parlamentar de inquérito, mas também que não vai permitir que a CPMI dos Correios seja transformada em palanque político pela oposição.

"Nós não vamos abafar nenhuma CPI. Apenas nós queremos colocar claramente que não pode ter caráter politizado, como quer a oposição, transformando a CPMI dos Correios num palanque eleitoral, numa antecipação da disputa política. Este caráter nós não aceitamos", afirmou Rocha.

Segundo o deputado, o PT iniciou hoje entendimentos com os líderes governistas para assegurar a maioria política na CPMI. Ele ressaltou que a combinação abrange também o Senado Federal. O partido trabalha para que a relatoria e a presidência da comissão fiquem com parlamentares aliados. Rocha disse que os aliados vão usar todos os intrumentos regimentais, inclusive o maior tempo, para indicação dos membros da comissão. Ele informou que os seis deputados que representarão o PT na comissão serão escolhidos entre os mais experientes em CPIs e em Congresso. O PT tem direito a três deputados titulares e três suplentes.

Paulo Rocha destacou que as investigações da CPMI devem ser limitadas aos Correios, porque foi este o alvo do requerimento. "É fundamental assegurar que a CPMI se transforme num processo de investigação no fato determinado dos Correios", disse o líder petista.

De acordo com Rocha, o funcionamento de uma CPI na Câmara para investigar as privatizações do setor elétrico não vai se dar pela CPMI dos Correios. "O ritmo da CPI do Setor Elétrico não vai se dar pela CPMI dos Correios. Vai se dar com o tempo necessário para se chegar a um acordo sobre a presidência e a relatoria da CPI", disse ele.

Para ele, a CPI do Setor Elétrico ainda não foi implementada porque os partidos não chegaram a um acordo político. "Não se pode transformar as CPIs em instrumentos de disputa política entre o governo atual e o anterior, ou entre oposição e governo. Aí, fica descaracterizado o papel das CPIs, que não não são instrumento de disputa política. São instrumentos para investigar denúncias", afirmou.