Chuvas interrompem investigações sobre assassinato de agricultor em Santarém, no Pará

30/05/2005 - 14h32

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

MANAUS - O mau tempo interrompeu as investigações sobre o assassinato do agricultor Raimundo Moraes Pinheiro - morto no último dia 16, no altura do km 108 da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém). A polícia de Belterra, no Pará, trabalha com a hipótese de assassinato por encomenda, supostamente motivado por disputa de terra.

Irineu Paulo dos Santos, que participou das buscas pelo corpo de Raimundo, deveria ter deposto na quarta-feira (25), mas não compareceu à delegacia. "Aqui está chovendo muito, é difícil sair da comunidade onde Raimundo morava ou chegar até ela. Quando o período das chuvas passar, se Irineu e outros vizinhos não aparecerem, pretendemos voltar lá", declarou a plantonista Luziana Nogueira, cabo da Polícia Militar. Raimundo foi morto no meio da floresta, provavelmente com um tiro no rosto - o crime aconteceu em Santarém, mas a delegacia mais próxima ao local onde o corpo foi encontrado fica em Belterra.

Raimundo morava no projeto de assentamento Moju, marcado por confrontos entre assentados e madereiras que atuam na área. O projeto foi criado na década de noventa e abriga hoje cerca de duas mil famílias. Em entrevista à Agência Brasil, no último dia 25, Sílvio de Carvalho, chefe-substituto da unidade avançada do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Santarém, reconheceu a existências de conflitos fundiários na região. Mas, segundo ele, o nome do agricultor assassinado não aparece na relação de beneficiários do assentamento, nem há no escritório de Santarém o registro de qualquer pedido de regularização fundiária feito em nome de Raimundo.