Produção de farinha de mandioca é principal atividade ao longo do Rio Unini

15/05/2005 - 18h23

Thais Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - A principal atividade econômica das 160 familias que vivem ao longo do Rio Unini, onde deverá ser criada uma reserva extrativista (Resex), é a produção de farinha de mandioca. Davi Oliveira, da comunidade Manapana, produz de 5 a 10 sacos de 75 litros de farinha por mês. "Vendo para o regatão, que paga R$ 35 por saco", contou ele.

Segundo um levantamento realizado em julho do ano passado pela Fundação Vitória Amazônica (FVA), a extração de cipó é a segunda atividade mais praticada na região, com renda familiar mensal média de R$ 296. O turismo, o artesanato e a pesca são atividades complementares.

O Unini é um rio de águas pretas, afluente do Rio Negro. Seu nivel varia de 8 a 12 metros e suas margens são ricas em terra firme (60%), igapós (15%) e campinas (25%). "Os igapós são áreas alagadas durante a maior parte do ano. É nelas que os peixes se reproduzem durante a cheia", explicu Carlos Durigan, coordenador-executivo da FVA. Há na região 124 espécies de peixes
registradas.

Nas dez comunidades do Rio Unini não há postos de saúde e apenas oito delas possuem escolas (da 1ª à 4ª série do ensino fundamental, multisseriada). "Somente nove agentes de saúde atuam na área. Para estudar ou fazer um tratamento, é necessário se deslocar à cidade", apontou Durigan. A viagem até a sede de Barcelos é feita apenas pelos rios e o tempo depende da potência do motor do barco – nos mais velozes, leva pelo menos um dia.