Consulta pública decide criação da reserva extrativista do Rio Unini

15/05/2005 - 17h57

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - Cerca de 300 pessoas presentes à consulta pública realizada ontem na comunidade Floresta, em Barcelos (AM), decidiram pela criação da reserva extrativista do Rio Unini – uma área de 870 mil hectares ao lado do Parque Nacional do Jaú. "Onde quer que Chico Mendes esteja, ele está muito feliz", comemorou Adilson Vieira, secretário-geral do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

A votação foi unânime. "Muito bom, do jeito que a gente esperava", resumiu Luis Silva, da comunidade Vila Nunes, uma das dez do Rio Unini. "É o fim de um processo iniciado em fevereiro do ano passado, com o pedido formal da Associação de Moradores do Rio Unini (Amoru) ao Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT). A consulta pública começou lá", avaliou Leonardo Pacheco, coordenador regional do CNPT, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pela gestão das reservas extrativistas.

O pedido de criação da reserva extrativista (Resex) será agora encaminhado ao CNPT nacional, que o repassará ao Ministério do Meio Ambiente. Depois, seguirá para a Casa Civil, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assine um decreto criando a reserva. "Nosso compromisso é dar seqüência, o mais rapidamente possível, ao processo decidido aqui", garantiu Henrique Santos, gerente-executivo regional do Ibama.

A prefeita de Barcelos, Alberta Oliveira (PSDB), presente à consulta pública, apoiou a criação da Resex. "Sou favorável a tudo que garanta moradia e trabalho para a população", afirmou.

Os 870 mil hectares pretendidos, porém, pertencem ao governo estadual. "O Ibama terá de solicitar ao Instituto de Terras do Amazonas (Iteam) o repasse das terras para a União", explicou Kikue Muroya, assessora de Meio Ambiente do Instituto.