Acordo entre sem-teto e governo paulista evita confronto

15/05/2005 - 19h35

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Houve uma notícia de alívio para as famílias que há sete anos ocupam o prédio número 63, da rua do Ouvidor, no centro da cidade de São Paulo. Representantes das famílias sem-teto entraram em acordo com o governo paulista e conseguiram evitar que a Polícia Militar cumprisse o mandado de reintegração de posse, a partir da zero hora desta segunda-feira, dia 16.

Pelo acordo, as famílias poderão ficar no local até o próximo dia 13 de novembro deste ano. Nesse período deverão pleitear uma carta de crédito para compra de imóvel no valor máximo de R$ 28 mil reais ou optar por receber uma ajuda de custo no valor de R$ 2.500,00. O valor é estabelecido de acordo com a renda dos sem-teto que não ultrapassa três salários."Essa foi uma boa proposta", classificou Edson Dantas, conhecido por Edson Negrão, um dos moradores e porta-voz do grupo como membro do Movimento dos Moradores do Centro (MMC).

Segundo ele, o acordo surgiu de uma determinação do governador do Estado, Geraldo Alckmin, no sentido de que as partes envolvidas discutissem uma saída. Na audiência que definiu pela prorrogação da permanência dos sem-teto, estavam presentes representantes do Ministério Público, do governo estadual, dos moradores.

Apesar do resultado ter deixado as famílias mais aliviadas, Edson Dantas disse que permanece a intenção de transformar o edifício comercial em residencial, uma reivindicação que conta com o apoio do Ministério das Cidades. O prédio de 13 andares abrigava até a semana passada 87 famílias. As condições da construção são precárias e várias instalações foram danificadas com o desgaste do tempo.