Magistrados do Rio defendem juíza que tornou inelegíveis Rosinha e Anthony Garotinho

15/05/2005 - 16h51

Rio, 15/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) divulgou nota neste domingo afirmando que as declarações da governadora Rosinha Matheus e do presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, contra a juíza Denise Apolinária, são injustas e de cunho pessoal. Os dois afirmaram que a decisão da juíza, que os tornou inelegíveis, foi um "ato de terrorismo".

Segundo a nota, "causam grande preocupação e estranheza os ataques de cunho pessoal que vêm sendo pronunciados por políticos em face da juíza eleitoral que agiu nos limites do exercício de sua função, na forma da lei, proferindo decisão de acordo com as provas que lhe foram apresentadas e observando os princípios estabelecidos na Constituição Federal".

A Amaerj afirma que os ataques à juíza são infundados e que a governadora e seu marido estariam utilizando os meios de comunicação, ao invés de formalizar as denúncias, o que impossibilitaria a defesa da magistrada. Ainda de acordo com a nota, "o desrespeito atinge todos os juízes e desembargadores do Estado do Rio de Janeiro, que não admitirão ataques infundados, tenham eles cunho político, eleitoreiro ou populista, contra qualquer de seus integrantes que expõem decisões técnicas, de acordo com a lei, e com as provas contidas nos processos analisados".

A entidade manifesta solidariedade à juíza e destaca que os magistrados não vão se intimidar diante de ataques infundados, "adotando, se necessário, as medidas judiciais cabíveis na defesa da magistrada".

Na sexta-feira (13), a juíza tornou inelegíveis por três anos Rosinha e o secretário de Governo do Rio, Anthony Garotinho. No sábado (14), em seu programa semanal de rádio, a governadora afirmou que a juíza agiu por vingança e se disse vítima de perseguição.