Calheiros defende que verticalização seja conseqüência da reforma política

09/05/2005 - 21h26

São Paulo, 9/5/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse defender que o tema da verticalização das coligações políticas (obrigatoriedade de os partidos políticos manterem a mesma coligação nas disputas eleitorais nacionais, estaduais e municipais) seja conseqüência da reforma política e não um "pressuposto" dela.

"Partir da verticalização sem fazer a reforma é algo absurdo com o qual eu não posso concordar, sobretudo depois de a verticalização ter acontecido no ‘tapetão’. Temos uma legislação que, durante muito tempo, foi interpretada de uma maneira e depois, em uma nova interpretação, passou a ser verticalizada", explicou em entrevista coletiva após sua participação, como convidado, de reunião da diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O ministro Aldo Rebelo, da secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais.

A proposta de emenda constitucional (PEC) que determina o fim da verticalização será discutida na quarta-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O debate, marcado para amanhã (10), foi transferido devido ao ponto facultativo decretado pelo governo por causa da abertura da Cúpula América do Sul - Países Árabes.

Renan Calheiros defendeu, também, a existência das coalizões: "No país onde o maior partido tem 17% dos votos, é fundamental ter uma coalizão digna do nome, coalizão de governo". Ele ressaltou, entretanto, que esta coalizão seja administrada por "alguém que esteja acima dos interesses partidários, com isenção". E explicou: "Não dá para você colocar alguém de um partido para administrar o conflito de seu partido com os outros partidos que compõem a coalizão". Para Calheiros, é preciso que a coalizão seja organizada em torno de programas, idéias, propostas e agenda de governo.

O presidente do Senado defendeu também o trabalho do ministro Aldo Rebelo que, segundo ele, demonstrou isenção "em todos os momentos".