Danielle Gurgel
Da Agência Brasil
Brasília - A Cúpula América do Sul - Países Árabes, que começa amanhã (10), possibilitará ao Brasil a aproximação com países de cultura quase desconhecida aqui. A afirmação é do professor do departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Argemiro Procópio. "Temos uma convivência com os Estados Unidos e com a União Européia, mas somos desconhecidos no mundo árabe e ele também é desconhecido aqui. E a fraca representação destes países no evento reflete justamente esse desconhecimento", disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Na sua opinião, essa aliança com países latino-americanos para o mundo árabe também é muito importante, não apenas pelo comércio de petróleo. "A América do Sul é um continente que também tem petróleo. O importante é aproximar as culturas desses dois grupos de países, impulsionar o comércio de produtos como a água, que falta lá e existe em abundância aqui".
O professor acredita que não haverá resistência, por parte dos Estados Unidos e dos países europeus, à cooperação entre árabes e latino-americanos. "O mundo está tão globalizado, há empresas multinacionais que atuam em vários países. Esse é um encontro inserido no contexto da globalização, uma iniciativa que já devia ter sido tomada há mais de 20 anos".
A Cúpula América do Sul - Países Árabes é o primeiro encontro internacional, na história recente, que busca a aproximação de duas regiões inteiras do mundo em desenvolvimento, ambas de proporções continentais, fora da programação regular de trabalho das Nações Unidas. Os 22 países árabes e 12 latino-americanos terão representantes. Também participam da cúpula 830 empresários, sendo 200 árabes, 400 brasileiros e 200 do restante da América Latina.