Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para o secretário-geral da Liga Parlamentar Árabe-Brasileira, o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP), o Brasil adotou uma postura mais soberana diante do mundo - uma política externa mais independente - ao promover a Cúpula América do Sul-Países Árabes. "Podemos fazer negócios diretamente com os países árabes, sem intermediários", falou Murad.
Houve oposição norte-americana ao evento, segundo ele. "Os Estados Unidos gostariam de ser os únicos negociadores entre os países da América do Sul e os Árabes."
Murad enfatizou ainda que as relações comerciais entre os países árabes e o Brasil não dependem apenas do poder executivo. Embora caiba ao governo o papel de "abrir as portas", ele acredita que a sociedade deva "procurar cooperação e oportunidades para o desenvolvimento e para o progresso".
Após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cinco países árabes em 2003, as relações comerciais entre as regiões aumentaram 50%, chegando a U$ 8,1 bilhões, em 2004, de acordo com o deputado. Ele lembrou ainda que os benefícios dessa aproximação vão além das relações comerciais e fortalecimento das relações políticas, tecnológicas, acadêmicas e culturais.