Salário mínimo atual vale 32% do que valia em 1940, segundo Dieese

27/04/2005 - 14h57

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Enquanto de 1940 até 2004 o Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu cinco vezes, o salário mínimo real chegou a valer menos de 1/3 de seu valor inicial. Hoje, o salário mínimo corresponde a 32% de seu valor inicial, segundo estudo sobre o novo salário mínimo divulgado hoje (27) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Em 1940, o primeiro valor de salário mínimo, decretado para o município de São Paulo correspondente, em valores atuais, a R$ 901,78. O maior valor anual médio foi registrado em 1957, correspondendo hoje a R$ 1.106,05. De 1965 até meados da década de 90, o patamar foi caindo até chegar, em 1994, a valer 24% do nível de 1940. De 1995 em diante, o salário mínimo começou a se recuperar até os 32% do valor de 1940, onde hoje se encontra.

De acordo com o estudo do Dieese, em 2000, um trabalhador que ganhava o piso nacional, comprometia 73,51% de seu rendimento com a compra da cesta básica; em 2004, este percentual caiu para 68,09%.

No documento, o órgão defende que é necessário criar políticas econômicas e sociais que estejam comprometidas com a incorporação da população excluída. "Como o mercado de trabalho brasileiro não favorece o crescimento dos salários mais baixos a partir das negociações coletivas ou do desenvolvimento econômico, tornam-se fundamentais as políticas econômicas e sociais comprometidas com a incorporação destes milhões de excluídos".

Em sua publicação, o Dieese calcula que serão injetados cerca de R$ 13,3 bilhões na economia com o aumento do salário mínimo de R$ 260 para R$ 300 a partir de 1º de maio.

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