Representante do BEI diz que parceria público-privada deve envolver todos os setores

27/04/2005 - 8h57

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os projetos de Parceria Público-Privada (PPP) devem envolver todos os setores ligados à atividade alvo, de acordo com a lei de cada país, já que a metodologia é diferente em cada lugar. Esta é a opinião do representante do Banco de Investimento Europeu (BEI), Hugh Goldsmith.

Para ele, o que todos os países têm em comum, em geral, é a incapacidade do setor público de bancar sozinho os projetos. Goldsmith falou sobre o assunto nessa terça-feira (26) no seminário internacional "Melhoria da Qualidade dos Investimentos Públicos e Parcerias Público-Privadas", na Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

Goldsmith disse que o ideal para o sucesso dos projetos é permitir a possibilidade de oferecer preços acessíveis ao público que vai utilizar os serviços resultantes de um desses investimentos. Nesse sentido, ele defendeu que os planos precisam ser realistas. Sobre a participação dos fundos de pensão nos investimentos, lembrou que essas instituições "têm aversão a riscos", pois trabalham com ativos que dão lucro e não querem conviver com incertezas sobre resultados.

O diretor da Unidade de Investimento do Ministério do Planejamento e Cooperaçao do Chile, Juan Cavada, que também participou dos debates, previu que, no futuro, novos segmentos em todos os países vão aderir à PPP, como instrumento eficaz de financiamento. Isso porque o aparelho público é frágil em nível mundial e "a sociedade pode mudar sensivelmente com os projetos".

Entre as áreas que poderão ser beneficiadas com os projetos de PPP, ele citou a tecnológica. Cavada vê como promissora a participação de pequenas e médias empresas nesse processo. "Todo projeto tem que ser avaliado, para que a sociedade entenda tudo o que está se passando, sem necessidade de se fazer investigações depois", defendeu.