Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O desembargador federal Paulo Afonso Brum Vaz, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, em Porto Alegre, negou habeas corpus solicitado pelos advogados de defesa do argentino Cesar de la Cruz Mendoza Arrieta, preso no dia 11 pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Tango. O nome da operação é uma referência à nacionalidade de Arrieta, apontado pela PF como líder de uma organização criminosa envolvida com crimes financeiros e lavagem de dinheiro em vários estados brasileiros.
A 1ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre, especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, expediu no dia 11 os mandados de prisão e de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Paraíba. Em seu despacho, o juiz diz que as investigações indicam que os presos participariam "de uma sofisticada organização criminosa, de aprimorado modo de atuação".
A investigações, segundo o magistrado, apontam que Arrieta ofereceria como solução para problemas fiscais de empresas a aquisição de créditos tributários e que, para dar aparência de legalidade às transações, chegava a obter certidões negativas fraudulentas junto aos órgãos públicos. O acusado já foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por fraude contra a Previdência Social.
Segundo o chefe da operação no Rio Grande do Sul, delegado Ildo Gasparetto, foram indiciados hoje (27) envolvidos com a organização criminosa em São Pauio e no Rio de Janeiro. Amanhã serão divulgados novos indiciados da Operação Tango.
O superintendente da Receita Federal no Rio Grande do Sul, Luiz Jair Cardoso, afirma que a Receita não sofreu prejuízo com as ações criminosas porque negou nos últimos 18 meses créditos apresentados pelos empresários enganados no valor de R$ 1, 140 bilhão.