Fábio Calvetti
Da Agência Brasil

São Paulo – O aumento do preço das passagens de ônibus municipais, que foi de R$ 1,70 para R$ 2,00 no início de março, ainda é o vilão da inflação de 1% registrada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na prévia da segunda semana do mês de abril. Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Picchetti, é a sétima semana consecutiva em que o grupo Transportes lidera a alta do índice, embora o aumento das tarifas municipais seja o principal fator somente nas seis últimas. Remédios e Alimentação foram os dois grupos seguintes.

"Como o aumento (das tarifas de ônibus) foi dado no dia 5 do último mês, ele vai pressionar o nosso índice até, na verdade, a primeira semana de maio. (...). Ele vai ter impacto decrescente nas próximas semanas, mas ainda vai se fazer sentir, mas, sem dúvida, vai ser o grande responsável pelo recuo do índice até o fim do mês", disse Picchetti.

"No caso da Saúde, principalmente, o aumento do preço dos remédios foi concedido no último dia 31 e agora está finalmente começando a ser praticado pelas farmácias. Então esse deve ser um fator que vai influenciar o índice até o fim do mês", explicou o coordenador da pesquisa da Fipe.

De acordo com Pichetti, no grupo Alimentação, a miniquebra de safra que está ocorrendo devido aos problemas de clima no país inteiro gera uma pressão generalizada em vários bens in natura, como o leite. Com isso, o índice de preços sobe. "Mas a boa notícia é que esses itens de inflação depois recuam: eles são diferentes das passagens de ônibus e remédios, onde o aumento é perene", afirmou Paulo Picchetti. Ele estima que o o mês de abril registre índice em torno de 0,45%.