Aumento da Selic é o menor dos últimos seis meses

20/04/2005 - 20h23

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O aumento anunciado hoje pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central na taxa básica de juros (Selic), de 0,25 ponto percentual, foi o menor dos últimos seis meses. Setembro de 2004 foi o último mês em que a Selic havia sido elevada em 0,25. Depois disso, os aumentos foram de 0,50 ponto percentual. A decisão de hoje do Copom elevou a taxa de 19,25% para 19,5%.

Este foi o oitavo mês consecutivo em que há elevação dos juros. A medida contraria a expectativa dos analistas do mercado financeiro, que esperavam a manutenção da Selic do mês passado. Os analistas consideravam que a desaceleração do crescimento da produção industrial poderia influenciar a decisão do Copom, apesar de ainda haver resistência inflacionária em alguns segmentos do mercado. No entanto, a justificativa para a decisão de hoje só será conhecida no dia 28, quando será divulgada a ata da reunião.

Entre abril e setembro do ano passado, a taxa básica de juros manteve-se no nível de 16% ao ano. Em setembro, o Copom elevou a taxa básica para 16,25% como simples aviso ao mercado de que estava atento à elevação dos preços. A inflação continuou em alta e o BC manteve a determinação de aumentar os juros em meio ponto percentual, mês a mês, até a última reunião, em março, quando a Selic ficou em 19,25%.

A Selic, taxa de juros que o governo se compromete a pagar quando toma dinheiro emprestado no mercado interno, é referência para todas as demais taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras do país. Ao calcular a Selic, o Copom leva em consideração diversos fatores, entre eles a previsão da inflação futura (próximos 30 dias) e as tendências momentâneas de queda ou elevação dos preços da economia (inflação passada).

As condições da economia internacional também são consideradas. Se há excesso de dinheiro no mercado internacional (liquidez internacional) ou se há falta de dinheiro. Se há muito ou pouco dinheiro circulando no mercado interno (liquidez interna) e também a necessidade de financiamento das contas públicas (se o governo tem pouco ou muito dinheiro em caixa para honrar seus compromissos).