Graziela Sant'Anna
Da Agência Brasil
Brasília - O ensino a distância no Brasil tem, pela primeira vez, dados completos sobre o número de alunos matriculados em instituições oficialmente credenciadas. O estudo realizado pelo Instituto Monitor e pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abraed), aponta que mais de 1,1 milhão de pessoas fizeram algum curso desse tipo em 2004.
A primeira edição do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraed 2005) foi baseada em dois levantamentos. O primeiro, sobre os cinco projetos nacionais – Sebrae, Fundação Roberto Marinho (Telecurso 2000), Senai, Senac, Telemar - e um regional, do governo do estado de São Paulo, que somam juntos 827.951 alunos de educação a distância. O outro levantamento teve como base o número de alunos matriculados em instituições oficialmente credenciadas em todo país, que chega a quase 310 mil.
Os estudos mais recentes disponíveis sobre essa forma de ensino e aprendizagem eram de 2003, feitos pela Secretária de Educação a Distância (SEED), ligada ao ministério da Educação (MEC), e levava em conta apenas os cursos de graduação e pós-graduação. "Pelos números da SEED é possível constatar que nos níveis de graduação e pós-graduação houve um crescimento ano a ano. Já sobre as instituições credenciadas no MEC para fornecer cursos técnicos, de educação de jovens e adultos, não há apuração anterior à nossa, então nesse nível não é possível verificar o quanto cresceu", disse o coordenador da equipe responsável pelo Anuário, Fábio Sanchez.
Desde 1998 o ensino a distancia é regulamentado, entretanto o Anuário é o primeiro levantamento nacional sobre todos os níveis educacionais credenciados oficialmente nos Estados, ou seja, trata da educação básica, fundamental, do ensino médio, cursos superiores de curta duração (seqüenciais), técnico, educação de jovens e adultos, graduação e pós-graduação.
Para o diretor do Centro de Educação a Distância da Universidade de Brasília, Bernardo Kipnis, existe ainda uma resistência da comunidade acadêmica e dos alunos do ensino superior para a educação a distância. "Os profissionais formados nesse tipo de ensino são tão bons quantos os formados nos cursos presenciais, o que não temos é tradição em educação a distância. O que deve ser mudado é o paradigma de compreensão do processo de aprendizagem."
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