São Paulo, 19/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O coordenador da Pastoral do Povo da Rua, padre Júlio Lancellotti, disse que, apesar de as Pastorais estarem mais ligadas às igrejas locais que ao Vaticano, o novo Papa deverá atuar a serviço dos mais pobres. "O Papa dá as diretrizes maiores para a igreja, as Pastorais são mais das igrejas locais, são as ações das dioceses, mas, sem dúvida, esperamos que ele seja um grande sinal de serviço aos pobres, aos fracos, aos pequenos e que possam ser um símbolo do seu pontificado a jarra e a bacia, como Jesus com a jarra e a bacia na mão lavando os pés dos pobres", explicou.

Segundo Lancellotti, o papa dará continuidade ao trabalho de João Paulo II e trará novidades, inspiradas no antecessor que inspirou seu nome. "O cardeal Ratzinger, agora papa Bento XVI, vai trazer a sua contribuição, a sua própria marca ao pontificado. Nós esperamos que seja favorável, que tenha a marca de Bento XV, alguém que trabalhou muito contra a primeira guerra mundial", observou.

Tanto os moradores de rua quanto os católicos como um todo, de acordo com Lancellotti, recebem o novo Papa "de coração aberto", com carinho. "Nós (católicos) chamamos o Papa de ‘Santo Padre’, então todos vamos receber bem e vamos dizer para ele: bendito o que vem em nome do senhor, venha para enxugar nossas lágrimas, venha para alimentar nossa esperança, venha para libertar os que estão oprimidos, venha para lavar os pés dos pobres, venha para semear esperança nos nossos corações. O Papa é sinal de unidade, que confirma nossa fé e nos mostra o rosto de Jesus e diz ‘vamos seguir Jesus’. O fundamental na igreja é o seguimento de Jesus e a função do Papa é nos confirmar na fé e dizer ‘a cruz é o caminho da vida e da paz’", enfatizou.