Brasília, 19/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje que a reunião dos presidentes sul-americamos para institucionalizar a Comunidade Sul-Americana de Nações deverá ocorrer na segunda quinzena de setembro. Antes disso, nos dias 1º e 2 de agosto, os chanceleres dos países da região voltarão a se encontrar para definir os termos da Carta Constitutiva da comunidade, a ser aprovada pelos presidentes.

Três declarações foram divulgadas hoje pelos chanceleres, após reunião iniciada ontem. Nelas, manifestam preocupação com a crise política no Equador, declaram o apoio de seus países à candidatura do Peru a um assento não-permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e saúdam a Venezuela pelo aniversário da independência do país, a ser comemorado em julho.

De acordo Amorim, anfitrião do encontro, a reunião foi proveitosa. "Pela primeira vez tivemos – e só agora eu aprendi o termo em espanhol, permuta de idéias – um brainstorming, sobre as tarefas e a institucionalização da comunidade sul-americana", disse.

A Comunidade Sul-Americana de Nações reúne os países da região em um projeto baseado na integração política, econômica, física e comercial. Em novembro do ano passado, na Reunião de Cúpula do Grupo do Rio, foi lançada a idéia da criação do bloco, oficializada em dezembro, na cidade peruana de Cuzco – por esse motivo, o Peru exerce a secretaria pro tempore. Os princípios fundamentais da comunidade foram apresentados em Cuzco e se consolidarão na reunião presidencial marcada para setembro.

Os ministros das Relações Exteriores da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, além do embaixador do Suriname em Caracas (Venezuela), participaram da reunião em Brasília e se encontrarão novamente em maio para começar a discutir o texto, pré-elaborado pelo Brasil e pelo Peru, da declaração dos presidentes sul-americanos.