Furlan quer levar missão de empresários à Nigéria no segundo semestre

11/04/2005 - 22h03

Mylena Fiori
Enviada especial

Abuja (Nigéria) - Com o objetivo de reverter o déficit no intercâmbio comercial com a Nigéria, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, pretende trazer uma missão de empresários brasileiros no início do próximo semestre. A Nigéria é o maior parceiro comercial do Brasil no continente africanos e neste ano, segundo o ministro, o déficit já acumula US$ 1 bilhão, com previsão de fechar o ano em cerca de US$ 4 bilhões – o maior do país.

"Embora nossas exportações estejam crescendo 150%, elas ainda estão muito distantes das exportações nigerianas, que também estão crescendo a mais de 90% neste ano", enfatizou Furlan. Segundo dados do ministério, em 2004 o Brasil exportou US$ 505 milhões para a Nigéria e importou US$ 3,49 bilhões (130% a mais que em 2003). Deste total, 97% em óleos brutos de petróleo.

A Nigéria é o mais populoso país africano, com 140 milhões de habitantes. As relações com o Brasil foram particularmente mais intensas, no plano econômico-comercial, até meados da década de 1980. Sem que o Brasil deixasse de importar substancialmente o petróleo brent, o intercâmbio comercial sofreu, contudo, relativo retraimento: hoje as transações bilaterais totalizam cerca de US$ 4 bilhões.

Segundo o ministro Furlan, serão estimulados empreendimentos conjuntos na Nigéria, em áreas que abrangem, entre outras, o processamento e a distribuição de carnes e a fabricação de implementos agrícolas. A Petrobras demonstra interesse em ampliar suas operações e também há possibilidade de negócios nas áreas de defesa, construção civil e outros serviços de engenharia, e de medicamentos.

A viagem da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retribui visita ao Brasil feita pelo presidente Olosegum Obasanjo em 1999.